Quem acompanha minimamente o Beach Handball carioca sabe que a questão da arbitragem é um problema sistemático. Em quase toda etapa há sempre equívocos memoráveis e decisões questionáveis de todo o lado. As equipes e jogadores cansam de fazer críticas, às vezes construtivas, às vezes não, à qualidade dos árbitros e organização do evento. Tenho certeza que grande parte das reclamações tem muito fundamento. Falta de planejamento, de atualização, de coerência, de bom senso, de imparcialidade, de seriedade. Tudo isso e mais um pouco pode ser colocado na conta dos árbitros da FHERJ sem que alguma equipe se levante para defender a federação. Todos já se sentiram pelo menos alguma vez, gravemente prejudicados e, provavelmente, têm razão.
Mas... Quando a coisa está muito ruim, significa que tem muita coisa a melhorar e isso pode significar uma coisa boa. Porque o mínimo que se faça já é melhor do que o que veio antes. E assim, parece ter ocorrido na 4ª etapa do Circuito Carioca de Beach Handball - série C, no último sábado dia 27 de agosto. Na praia de Copacabana, o que se viu foram poucos momentos em que houve brecha para se contestar a atuação da arbitragem e da organização.
Não estou dentro da organização da competição para dizer se houve alguma mudança. Ainda que tenha sido por mero acaso, é interessante que a FHERJ olhe com cuidado para entender o que é que fez a etapa transcorrer sem grandes problemas. Foi simplesmente o nível de handebol mais baixo que faz com que não dependa tanto de detalhes? Foram os árbitros que foram escalados? Foi a postura dos atletas e equipes? Foi a ausência de rivalidade acirrada entre atletas e equipes? Foi a seriedade como foram conduzidas as partidas? Foi a ausência de "pressão" dos atletas, dirigentes e equipes de maior "nome"?
Claro que um ou outro lance de jogo sempre será contestado, pois a visão e a percepção dos árbitros é sempre diferente dos demais indivíduos dentro da área de jogo. Mas finalmente, parece que a arbitragem apresentou um sinal fundamental: DISCRIÇÃO. Isso significa que o handebol foi a estrela principal, que a performance das equipes foi fundamental para o resultado e não decisões dos árbitros. Quando os árbitros não são percebidos, significa que fizeram um bom trabalho.
É importante o CEPRAEA destacar a questão num momento em que não alcançou seu objetivo. É importante porque a equipe que vence normalmente esquece tudo o que passou e a que perde sai como "chorona". Não é esse o caso. Perdemos a final para a equipe de Três Rios. Efetivamente perdemos. Por mérito do adversário e por nossos erros e não os da arbitragem. E isso é digno de elogio.
Esperamos sinceramente que a FHERJ tenha identificado como foi que conseguiram essa boa atuação para que possa repeti-la. Temos um longo caminho a percorrer para melhorarmos, mas a luz no fim do túnel apareceu! Não vamos deixá-la se apagar!